Recrie-se: Relações Afetivas e o Espelho da Relação com os Pais

Relações Afetivas e o Espelho da Relação com os Pais

Muitas pessoas têm dificuldades em seus relacionamentos amorosos e, muitas vezes, não percebem a raiz desse padrão. É comum escutar:

"Eu não quero que tal pessoa chegue perto do meu parceiro(a), porque isso pode prejudicar a relação."Quero afastar.

Na prática, isso revela duas coisas: exclusão e medo.
Exclusão, porque se tenta afastar uma terceira pessoa, colocando nela a culpa.
E medo, porque surge a sensação de que, se o outro estiver por perto, poderá “roubar” o seu par.

O que está escondido aí é algo mais profundo: a falta de confiança em si mesmo e, muitas vezes, a dificuldade de confiar no outro. Esse movimento, por incrível que pareça, está diretamente ligado à forma como nos relacionamos com nossos pais, especialmente com a mãe, mas também com o pai.

O reflexo dos pais nos relacionamentos

Muitos podem se perguntar: “O que minha mãe ou meu pai têm a ver com ciúmes ou inseguranças na minha relação?”
A resposta é: muito mais do que imaginamos.

A forma como nos relacionamos com nossos pais molda o modo como amamos e nos vinculamos.
Se você é mulher, é possível que veja no seu parceiro traços que lembram seu pai.
Se você é homem, pode encontrar em sua parceira aspectos que refletem sua mãe.
Além disso, a forma como seus pais se relacionaram entre si também deixa marcas em você, que podem se repetir, inconscientemente, na sua vida amorosa.
Para que você seja realmente você e seu parceiro(a) também possa ser ele(a) mesmo(a), é preciso libertar-se dos emaranhamentos e não viver a relação através de projeções.

Ciúmes, mágoa e ressentimentos

Quando surge raiva, ciúme, mágoa ou ressentimento no relacionamento, muitas vezes os sentimentos são ecos do vínculo com a mãe ou com o pai.
Observe: os sentimentos que você tem em relação ao seu par se parecem com o que você sente (ou sentiu) em relação à sua mãe?
Essa percepção é reveladora.

O caminho de cura

Só conseguimos transformar de verdade quando reconhecemos nossa origem e olhamos para os pais com respeito.
Sua mãe seu pai com todas as falhas, defeitos e virtudes, lhe deram o maior presente: a vida.
Talvez você pense: “Mas você não sabe o que a minha mãe fez comigo…”
Sim, é natural ter queixas, dores e feridas. Mas enquanto elas não forem curadas em você, seus relacionamentos continuarão complicados.

A mudança começa quando deixamos de lado as reclamações, medos e acusações. Quando conseguimos sentir gratidão pelos pais, mesmo reconhecendo suas limitações, abrimos espaço para que a vida flua melhor.

Um exercício simples

Feche os olhos, respire fundo e lembre-se de momentos em que você esteve em paz com seus pais, sem queixas, sem medo, sem reclamações.
Perceba como isso reflete também em momentos de leveza na sua própria vida.
Esse já é um primeiro passo para o caminho de solução.

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