Você já se pegou vivendo a mesma situação repetidas vezes? Seja um problema financeiro, um relacionamento tóxico, dificuldades profissionais ou desafios de saúde, parece que, por mais que tente mudar, tudo acaba se repetindo. Às vezes, de forma idêntica, outras de maneira sutil, quase imperceptível, mas a essência do problema está sempre lá.
Isso acontece porque esses padrões não surgem do nada. Eles são ciclos que se repetem por memórias inconscientes, por lealdades familiares invisíveis. Sem perceber, levantamos a mão e dizemos internamente: “Eu carrego o seu destino, a sua dor”, em um ato de amor cego aos nossos pais e ancestrais. Assim, saímos do nosso lugar na ordem da vida, desequilibramos a hierarquia e o fluxo do dar e receber. Como consequência, sofremos.
Sim, isso pode soar como um choque, como um soco no estômago. Mas essa é exatamente a verdade que precisa ser vista, reconhecida e compreendida. Esse ciclo tem uma função: ele está tentando manter algo, preservar uma história, uma memória ou até mesmo alguém. E enquanto não o olharmos de frente, ele continuará se repetindo.
O erro que cometemos ao tentar encerrar ciclos
Muitas vezes, tentamos resolver esse padrão no mundo externo. Nos esforçamos para garantir que nunca falte dinheiro, nos seguramos em relacionamentos que nos fazem mal, tomamos remédios para evitar adoecer, tentamos controlar tudo. Mas, de repente, lá está ele novamente: o ciclo se repetindo, trazendo frustração e a sensação de que estamos presos em uma teia invisível.
Isso acontece porque o encerramento do ciclo não acontece fora. Ele acontece dentro. É preciso honrar, aceitar, agradecer e soltar. Despedir-se desse padrão como quem enterra algo que fez parte da sua história, mas que agora precisa dar espaço ao novo.
E isso dá medo. O novo é desconhecido. Sair de um ciclo repetitivo exige coragem, força, persistência e, acima de tudo, paciência. Não basta apenas compreender intelectualmente. É preciso vivenciar esse processo, e o tempo será sempre o nosso maior aliado nesse caminho.
Reflexões para iniciar a libertação
Se você sente que está vivendo ciclos repetitivos, comece se fazendo estas perguntas:
Você reconhece esse ciclo na sua vida? Como ele se manifesta?
O que esse ciclo quer te ensinar?
O que esse padrão está tentando manter ou preservar? Algo, alguém, uma memória?
Você consegue aceitá-lo como parte da sua jornada até aqui?
Você consegue se despedir dele e viver o luto?
Você consegue, a partir de agora, criar a sua nova jornada de vida?
Essas perguntas são um convite para um olhar profundo sobre si mesmo. Honre sua história, aceite o que foi, e permita-se seguir adiante. O novo só pode entrar quando há espaço para recebê-lo. A despedida pode ser dolorosa, mas é também libertadora. Dê o primeiro passo e escolha conscientemente encerrar esse ciclo. Seu futuro espera por você!
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Idinéia Romitti
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